O sujeito e o discurso da gramática: emergindo posições e contradições

Tomadas de posição, deslocamentos e contradições. Esta ordenação constitui os entremeios por onde precisamos circular para compreender a questão do sujeito da gramática. Esse trabalho configura a minha dissertação de mestrado e representa, para mim,o entendimento que precisamos ter quando trabalhamos com gramática, quando ensinamos as regras, quando partilhamos um saber sobre a “leis” que regem a norma culta do português brasileiro. Professores de Língua Portuguesa precisam observar a relação de forças que existe dentro desse universo de conhecimento da gramática e assim compreender COMO isso aconteceu e acontece até nossos dias. Foi selecionada, para análise, na Gramática Normativa de Rocha Lima, a parte introdutória que é “No liminar [da 15ª edição refundida]” e “Profissão de Fé”9, a qual apresenta um discurso protetor da Língua. Bastou apenas isso para se conseguir ver COMO e POR QUE a norma culta tem tanta força para a demarcação de lugares. Nessa obra, temos a plena visão de onde emergem as forças que sustentam essa blindagem sobre o sujeito do conhecimento, do pleno saber, detentor de um lugar privilegiado que o distancia “das variadas correntes da linguística moderna”.