Diálogos de um afro-cubano com os pensamentos caribenho e brasileiro

Existe uma ideia segundo a qual o sujeito não pode ser objeto de estudo para si mesmo. A colocação vem de longa data. É o fundamento da nascença da antropologia sociocultural. Infelizmente, a ideia sobrevive. Os nossos países estão lotados de parceiros do mundo considerado mais evoluído que ainda nos percebem como os seus objetos de estudo. Evitando a competência autorizada, muitos deles acreditam firmemente na tese de que a população afrodescendente não está apta para estudar sobre as problemáticas e temáticas que nos atingem. O pior é que dentro das nossas sociedades estão os pesquisadores que pensam igual. Nos nossos países desde que o africano e seu descendente teve as armas da educação e da instrução ocidental, pulou por cima e foi para a frente derrubando, na prática, a dita tese. Quer dizer, construindo o nosso lugar de fala. Nós, apenas, somos seus herdeiros, o qual é grande responsabilidade. [Maria Ileana Faguaga Iglesias]