A Grande Arca

A descoberta do tema Presépios, cujo início se deu no ano de 1998, na vila de Igatu, Chapada Diamantina - Bahia, impulsionou-me a fotografá-los após algumas viagens naquele sítio montanhoso. Depois de revelado os filmes, o assunto foi motivação para investigar com maior precisão porque aquelas pessoas faziam presépios tão arrojados, ricos em objetos sagrados e profanos. A ação de investigá-los foi desenvolvida entre o período de 2000 a 2004, interstício o qual obtive preciosas informações estéticas, da oralidade espontânea, conhecimento teórico e científico sobre o rico tema. Assim, trago nesta publicação a escrita da pesquisa fotográfica e teórica, esperando encontrar nos leitores que conhecerão este rico universo da fantasia entre o sagrado e o profano, um diálogo para trocas, trocas de conhecimento e valoração da cultura popular que, em épocas de grande avanço tecnológico, tende a se perder, a deixarmos para trás o imaginário criativo herdado por muitas gerações, seja pela sua história oral, seja pela sua prática no dia a dia. Assim, penso ser importante procurarmos a preservação da nossa memória cultural, das nossas origens e das origens de todos os povos.