O Baixo Vouga em Tempos Medievos

A evolução do litoral português foi forçada não apenas pelos processos naturais, mas também, com amplitude crescente, pelos impactes das actividades antrópicas, sobretudo a partir do final do Primeiro Milénio d.C.. Devido à conjugação destes dois processos verificou-se uma evolução bastante rápida de algumas zonas costeiras portuguesas, de que é exemplo paradigmático o trecho onde veio a formar-se a laguna de Aveiro transformando-a numa autêntica “antropicosta”. A investigação agora apresentada privilegiou uma abordagem interdisciplinar do objecto de estudo, muito embora tivesse sempre na sua base a análise da documentação histórica medieva, com a metodologia que deve presidir à sua recolha e análise interpretativa. Intentou-se pôr à disposição de todos os interessados (comunidade científica, órgãos de decisão, populações locais e público em geral) dados científicos que revelassem a formação e ocupação da laguna de Aveiro e seu hinterland, tendo em vista a sensibilização para o respeito pela história do seu equilíbrio ecossistêmico, na esperança de que daqui se possam retirar ideias e retomar comportamentos que permitam salvar este corpo lagunar que se encontra gravemente ameaçado.