Ecos de ethos em Madame Bovary

Em uma abordagem interdisciplinar, sedimentada nas interfaces entre a Linguística e a Literatura, Ecos de ethos em Madame Bovary apresenta um delineamento de alguns ethé de Gustave Flaubert, de seu romance – Madame Bovary, e de sua personagem – Emma Bovary. Busca-se (re)constituir esses ethé e relacioná-los entre si, numa espécie de espelhamento, de eco. A noção de ethos é, assim, fundamental na (re)composição das imagens de si presentes nos corpora. É precisamente nessa riqueza de ethé que se interagem que o objeto de estudo selecionado se oferece para investigação. São manifestações, às vezes polêmicas e divergentes, às vezes consensuais e convergentes, que se interpenetram, se fazem ouvir e se constituem como subsídios para nortear a presente pesquisa. Vê-se que essa tarefa é, além de plural, também complexa, pois trabalha-se em um entrecruzamento de vozes múltiplas, variadas, que se completam, se complementam, mas, que, às vezes, se contrapõem, se contradizem. Esse livro se mantem na linha tênue que separa textos e discursos, a ficcionalidade dos fatos e a factualidade da obra, elementos que vão além de seus limites intrínsecos.