Do espaço concebido ao espaço vivido

O de Janeiro é uma cidade que se constituiu através da relação diferença/desigualdade social, política, econômica, cultural e ambiental. Estas geraram inúmeras formas e conteúdos espaciais que marcam os diferentes modos de vida, as relações estabelecidas e a maneira de “avaliar” e conceber determinados lugares. A identidade é marcada pela diferença, trazem consigo uma série de símbolos que as distinguem dos demais espaços das cidades. A Maré é um espaço identificado como favela. Desta forma, carrega consigo os estereótipos utilizados para marcar os espaços populares. Porém, a visão dos moradores sobre o seu lugar estará baseada na vivência, no cotidiano; eles não enxergam a Maré apenas como um lugar de ausências, marcados por todos esses problemas. Eles têm laços afetivos, sentimentos de pertencimento relacionados ou não ao local de nascimento ou de morada atual. Este livro é uma publicação da tese de Doutorado da autora em comemoração aos 10 anos de sua defesa. Um tema que desperta muito interesse, extremamente atual e nos ajuda a compreender esse mundo das favelas partindo do vivido, concebido e percebido.