"As noites mussetianas" na lírica castroalvina

Amor, mulher e natureza, trindade indissolúvel na profissão de fé de dois poetas: Castro Alves e Alfred de Musset. Em comum o lirismo e o romantismo presentes no derramamento melancólico de seus versos que decantam a alegria e a tristeza, o idílio e a elegia, traduzidos pelo ritmo incessante dos ciclos naturais. Em "As noites mussetianas", podemos constatar como o sentimento amoroso obedece à dinâmica das variações sazonais nas quadras da primavera e do verão, do outono e do inverno. Nesse movimento ininterrupto de morte e renascimento, encontra-se a imagem da mulher, razão do estado ciclotímico de todos os amantes desafortunados, figura que encerra em si mesma o deleite e o dissabor, a euforia e a desolação. Nas cordas da lira de ambos escritores, a certeza de que o gênio arrebatado melhor borbulha se inspirado nessa musa caprichosa.