Ultra-urbanização e contemporaneidade: A reinvenção da práxis espacial

Mais do que um artista no sentido clássico dotado de gênio e inspiração metafísica, a fim de dar vida ao processo criativo Geovane Almeida se instala ele mesmo na imediatidade do espaço-tempo para encontrar, entre a realidade objetiva e as ideias a serem produzidas, uma Geografia Quântica em que absolutamente cada objeto, cada signo passa a pulsar uma energia potencial como partículas prestes a saltar de um campo vibracional a outro – o que nada mais é que a passagem do cotidiano ao extraordinário da arte. Ao invés de uma geografia linear ou simplesmente material, a qualidade quântica que ele atribui funcionalidade opera sobre e entre espacialidades múltiplas, não-lineares, em que se somam dimensões materiais, sociais, arquiteturais e psicológicas.Há um componente psíquico forte na Geografia Quântica que conecta os espaços nas suas distintas dimensões. Nas zonas quânticas abertas assim as relações desempenham um papel primordial, e essa foi a forma encontrada pelo poeta geógrafo de fazer da interação do público com a obra a continuação mesma de seu meio de produção. Assim ao produzir espacialidades poéticas, fabrica-se ao mesmo tempo possíveis formas de interações -Lucas Fortunato