Em “Chão de Ferro”:

Os estudos acerca da História, e especificamente da História da Educação, podem assumir diferentes contornos, cores, méis (a exemplo do que nos diria Jacques Le Goff). Pode, rompendo com o "quê" habitual, apresentar-se a partir de outras trilhas, em caminhares que nos soam distintos, ao passo que também convidam. Assim o é esta obra: um diálogo histórico distinto acerca da educação brasileira em inícios do século XX; neste caso, aquela circunscrita ao espaço do Imperial Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, sob o ávido olhar do memorialista juiz forano Pedro Nava. Tendo em vista os aspectos intrínsecos e extrínsecos de sua produção, analisando-a, buscamos discutir-produzir uma espécie de historiografia transfronteiriça: em que as fronteiras, sem limites tão fixos, dão o tom. História, Literatura e Educação, juntas, dizem de um tempo, de uma forma de educar, de uma cultura escolar em um determinado espaço, naqueles tempos formadores da masculina elite governante. Trata-e, pois, de um adentrar nos matizes da História da Educação de um tempo-espaço e, a partir deles, reconhecer as especificidades bem como as similitudes da realidade que ali operava e deste tempo que é nosso.