A Organização da Escola Libertária e a Formação de Sujeitos Singulares

Educar para a singularidade, essa é a principal característica da pedagogia libertária. A singularidade pressupõe a liberdade para se manifestar. O exercício da liberdade individual na coletividade implica a singularidade. No coletivo não há dois indivíduos iguais, por mais que compartilhem os mesmos meios e condições sociais. Portanto, afirmar uma é afirmar a outra. Singularidade e comunidade não são incompatíveis, mas ao contrário, uma é condição da outra. A coletividade depende de indivíduos singulares, cada qual contribuindo com suas possibilidades; cada indivíduo, por sua vez, encontra no coletivo, aquilo que ele não pode oferecer. Assim, singularidades isoladas redundariam em excentricidades, desvios egóicos. A não singularidade, por sua vez, significaria uma sociedade totalitária na qual os indivíduos perderiam seus rostos e seus desejos, para serem mais um elemento do conjunto. O equilíbrio está na relação individuo singular/comunidade: cada um oferecendo o melhor de si e obtendo o melhor do coletivo. Como pensar um projeto educativo que nos permita tal situação? Como produzir uma prática pedagógica que tenha como objetivo alcançar tal equilíbrio?