Transformações empreendedoras no sistema universitário brasileiro

No século XIX, as universidades passaram por uma revolução acadêmica incorporando a pesquisa à sua missão de ensino. Atualmente, as universidades estão enfrentando uma segunda revolução, a chamada capitalização do conhecimento, de maneira a incorporar à sua missão o apoio ao desenvolvimento econômico e social. Neste contexto, as atividades dos pesquisadores nas universidades passam a assumir uma dimensão empreendedora ao se buscar aplicações que resultem na geração de valor econômico e bem-estar da sociedade. Este fenômeno vem sendo observado no Brasil em que novas políticas públicas de inovação têm sido implementadas para estimular a universidade a assumir um papel mais ativo na sociedade e a estreitar sua relação com o setor produtivo. Apesar da relevância do tema no país, a literatura tem refletido sobretudo as transformações ocorridas na Europa e nos EUA. Assim, por meio de um estudo de caso da UFMG, esta obra propõe uma reflexão sobre os fatores que restringem e aqueles que impulsionam as transformações empreendedoras nas universidades brasileiras, a luz de quatro dimensões: institucionais e culturais; organizacionais; características do pesquisador; e aspectos do ambiente.