Manhãs, Poentes, Zênites e Noites

Este trabalho analisa um conjunto particular de obras do compositor brasileiro Harry Crowl (1958) que formam o ciclo “luz e sombra”. O objetivo foi relacionar estruturas musicais aos fenômenos de luz e sombra que as inspiraram, bem como situar historicamente e esteticamente os recursos envolvidos nesta representação. A obra de Harry Crowl faz uma forte alusão ao visível com uma linguagem musical que é síntese de várias referências. Primeiramente, sua linguagem é contextualizada dentro do pós-modernismo frente às características mais marcantes da música de concerto na segunda metade do século XXI. Em um segundo momento, considerações sobre a esfera do visível em música traz relações entre som, cor, luz e textura. Posteriormente, um levantamento sobre a representação musical de luz e sombra ao longo da história mostra estratégias utilizadas por outros compositores e, finalmente, uma análise da obra de Crowl busca estruturas musicais envolvidas nesta representação.