Os conceitos de interpretante na Semiótica de Peirce

Em defesa de um modelo mais pleno de compreensão da interpretação − e "ouroboricamente" também de interpretação da compreensão −, é necessário assumir uma posição ideologicamente afinada com o câmbio de paradigma anunciado pela física contemporânea, que − a partir de teses como as da teoria do caos, da complexidade, da holonomia, prenunciadas e tão consistentes com o arcabouço paradigmático do pensamento de Peirce − hoje pede um movimento revolucionário contra os “eternos” neo-mecanicistas, nitidamente alinhados com o poder estabelecido, o "status quo" e as estruturas hierarquizadas para sua reacionária manutenção. É com o objetivo de por a nu o extremo desequilíbrio de nossas práticas dialógicas que se propõe neste livro uma nova matriz interpretacional do processo de significação, dividida em 27 categorias, cujo valor axial se encontra em permitir uma detalhada avaliação qualitativa dos signos − que realizam nosso pensamento pervadindo a filosofia, ciência, moral, sentimentos, percepção e vida cotidiana −, por intermédio da interposição de uma potente lente de aumento no interpretante, na coroação do único processo capaz de nos levar a comportamentos coletivos razoáveis.