Políticas Públicas de Avaliação

É preciso ponderar que pelo fato de exercer a função de Pesquisadora Institucional (PI) de uma IES, o movimento de abrir algumas “caixas pretas”, que dizem respeito às políticas de avaliação, causou-me sentimentos contraditórios. Ao mesmo tempo em que me sentia motivada por desvelar processos que atingiam diretamente o meu cotidiano, também me sentia desanimada e desiludida, pois, paulatinamente, constatava que o PI era mais uma “peça” da engrenagem da racionalidade que tem fundamentado a agenda da educação brasileira e, consequentemente, o próprio projeto societário. No entanto, como em um processo dialético cada ponto, ininterruptamente, gera vários outros contrapontos, esse movimento também me fez refletir sobre a qualidade da educação que necessariamente deve estar articulada a um processo digno de formação humana. Essas reflexões contribuíram para intensificar cada vez mais o meu compromisso com outros atores, seja no âmbito da IES onde trabalho, como também frente ao coletivo que está envolvido diretamente com as políticas públicas para a Educação Superior e, principalmente, com aqueles que buscam um novo padrão de sociabilidade para além do capital.