Produção biotecnológica de Xilitol a partir de bagaço de abacaxi

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de abacaxi (Ananas comosus L. Merril), com uma área plantada em cerca de setenta mil hectares, sendo boa parte da produção destinada ao processamento de suco, gerando em média 50 % do peso total da matéria-prima em resíduos sólidos, que equivale em cerca de um milhão de toneladas de bagaço seco por ano. Comumente usados como ração animal ou descartados sem tratamento com grande prejuízo socioambiental. A composição média da fibra do bagaço de abacaxi oriundo da produção de suco contêm cerca de 30% de celulose, 40% de hemicelulose e 15% de lignina. Sua pré-hidrólise ácida resulta em hidrolisado hemicelulósico rico em açúcares fermentescíveis (5% de glicose, 15% de xilose e 3% de arabinose), potencial matéria-prima para produção de biocombustíveis, enzimas, antibióticos, polissacarídeos, ácidos orgânicos e alditois. O xilitol, um alditol de elevado poder adoçante, cariostático, bastante usado em alimentos, bebidas e fármacos. Sua obtenção por via biotecnológica a partir de hidrolisados hemicelulósicos, proveniente de resíduos agroindustriais, representa uma forma de agregar valor a esses resíduos, além de uma alternativa de baixo custo.