Doenças respiratórias e densidade de tráfego

A inspiração para a realização da pesquisa e da publicação do livro se origina da avaliação de que os riscos à saúde da população, associados com a exposição aos poluentes de origem veicular, é um imprescindível desafio para interessados em saúde e ambiente. Como forma de tratar dessa questão, em sua abordagem espacial - a qual vem possibilitando aprofundamentos em epidemiologia -, fizemos uso de dados de tráfego veicular e de internações hospitalares por causas respiratórias na cidade de São Paulo. As análises encontraram associação espacial significativa entre o risco de internação por doenças respiratórias em crianças e a densidade de tráfego no município de São Paulo. A internação de crianças e idosos, porém, mostraram ter padrões espaciais diferentes. Os resultados de regressão espacial mostraram associação positiva entre a taxa de internações e a densidade de tráfego. No caso de idosos, o coeficiente de regressão foi negativo. Enfim, é possível afirmar que a poluição relacionada ao tráfego configura-se como importante fator de risco à saúde. E, por isso, ressaltamos a importância da redução das exposições à poluição, bem como dos fatores de vulnerabilidade socioeconômica.