Do Contrato Ambio-Social a uma Antropologia da Esperança

Este trabalho pretende pensar a cidadania e a sustentabilidade do ponto de vista da crise ambiental contemporânea. Primeiro defende-se que a noção de cidadania ecológica criada por diversos autores é insuficiente para enfrentar a complexidade global da crise ambiental. Depois, partindo desta, tenta-se construir uma noção mais ampla de cidadania ambiental, tomando o conceito de ambiente como categoria ontológica para a sobrevivência humana e não humana no planeta e repensa-se as bases do contratualismo moderno, de um contrato social a um Contrato Ambio-Social que contemple o equilíbrio ecológico dos ecossistemas planetários e a preocupação para com as gerações futuras. Feito isto, pretende-se posteriormente enriquecer conceptualmente o conceito de sustentabilidade para lá do seu clássico triângulo, enfocando-o como um possível mito de mobilização da sociedade civil face aos desafios ambientais contemporâneos na perspectiva de uma antropologia da esperança e de uma utopia dinâmica, cujas ferramentas de pensamento crítico aos paradigmas estabelecidos nos permitam o exigente e estimulante exercício de divisar futuros modelos sociopolíticos alternativos, equitativos e sustentáveis.