O bom lugar, o futuro catastrófico e a Ficção Científica

As narrativas distópicas de Ficção Científica são um fenômeno literário relativamente recente e seu consumo crescente pode ser notado aqui no Brasil e em outros lugares no mundo sem grandes dificuldades. Esse tipo de literatura nos convida a refletir sobre o futuro da humanidade em um mundo em que os conhecimentos científico e tecnológico progridem em intervalos cada vez mais curtos de tempo. Mas para além das reflexões acerca de nossos anseios e temores diante dos tempos vindouros, somos também convidados a descobrir o percurso histórico da FC, bem como o diálogo que ela estabeleceu ao longo do tempo com os textos utópicos, cuja tradição foi iniciada formalmente por Thomas Morus e sua maior obra “A Utopia”. Lançar os olhares ao conceito da utopia é imprescindível para entendermos como o “bom lugar” foi paulatinamente cedendo espaço para o futuro catastrófico que se vê representado ficcionalmente até os dias de hoje. O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre sobre os conceitos de utopia, distopia e sobre a relação que o gênero da Ficção Científica estabelece com ambos.